Desperte morena, desperte! Venha comigo ver nascer do sol, ver o desaparecer o sereno em pétalas de rosa. Venha! Fique, desnude-se, e, sinta junto a mim, o doce roçar da brisa úmida da madrugada no corpo. Veja. Procure sentir a beleza ingênua do nascer do botão de rosa. Esqueça, mesmo por momentos, a podridão que existe no mundo e viva, sinta um pouco das maravilhas, poucas, que ainda sobrevivem. Traque a maravilha de sua cor, de seu eu e complete este átimo. É jovem a madrugada. Muito jovem é você. Uma nua no céu. E você muito nua na terra. Em sua boca um sorriso. No seu seio o sereno. Em meu enleio, eu admirar. Apaixono-me, abandono-me em você. Com muito amor, e com vida pouca. Desperte! Desperte mulher morena.

LINDEMAR